Seguidores

segunda-feira, 14 de março de 2011

Guia de Segurança Online

GAROTAS ALICIADAS PELA INTERNET

Alguns dias atrás, uma garota de 13 anos que havia desaparecido em Pinhais (PR), na terça-feira da semana passada, dia 16, foi encontrada nesta segunda-feira (22) no município de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo a polícia, ela estava na casa do namorado, que conheceu pela internet.
Porém duas mães de Salvador não tiveram a mesma de sorte de encontrar suas filhas vivas. Suas filhas que foram aliciadas pela Internet e seus corpos foram encontrados decapitados na madrugada deste sábado, 20, pela polícia em Salvador, na Bahia.
Gabriela Alves Nunes, de 13 anos, e Janaína Brito Conceição, de 16 anos, estavam desaparecidas desde há três dias. Os corpos das duas meninas foram encontrados no bairro San Martin, em um local próximo a onde um carro foi abonado. As portas estavam abertas e o porta malas, sujo de sangue. Elas foram aliciadas pela Internet. Os aliciadores da Internet procuram meninas e meninos. Quando escrevemos o livro, Crimes na Rede, a nosso maior preocupação sempre foram as crianças e os adolescentes.
A Internet propiciou uma revolução no campo das comunicações e das relações humanas; instalando-se uma mudança comportamental muita rápida, dificultando aos pais acompanhar o envolvimento dos filhos nesta nova linguagem.
E é nesse ambiente e através dessa linguagem que muitos pais desconhecem que advêm práticas de pessoas acima de qualquer suspeita, como os pedófilos, verdadeiros predadores que navegam na rede atrás de suas presas: crianças inocentes, abordadas e envolvidas nesse processo cruel e criminoso. Por ingenuidade ou omissão, os pais acabam sendo involuntariamente coniventes com este processo pernicioso. É evidente que, ao deixarmos vazio um lugar de autoridade, outro o ocupará. É precisamente da ausência de um que se faz a presença de outro nesse processo.
De natureza intelectual, sobretudo apresentada como uma ferramenta de desenvolvimento para crianças, a Internet acabou por ser incorporada à educação. Na ânsia de que seus filhos estejam atualizados e não se tornem “excluídos digitais”, os pais em geral não se dão conta, talvez por falta de conhecimento e provavelmente por falta de tempo, do quanto o uso da rede provoca danos morais e físicos aos seus filhos.
Dentro deste novo paradigma de aprendizagem, que se constitua como comportamento contumaz dos pais, a vigilância e a orientação.
Trata-se de um grande desafio, neste início de século – que envolve a tecnologia e o direito da criança e do adolescente – usufruir o direito de trafegar pela rede sem o perigo de ser assediado ou aliciado por criminosos. De posse do conhecimento deste risco, cabe aos pais orientar e proteger seus filhos do lado negro da rede.
Como navegar na rede tornou-se imprescindível na vida de todos no mundo atual, o acesso das crianças e adolescentes a Internet não deve ser proibido e sim orientado nesta caminhada pelo mundo cibernético.
Também cabe a todos se articular e assumir um papel neste debate, buscando denunciar qualquer atividade criminosa nos caminhos da rede, incluindo as crianças e adolescentes, que devem ser orientados com relação aos riscos e a informar tudo o que lhes parecer suspeito a um adulto responsável.
Penso que é necessário que todos os pais orientem seus filhos e estejam presentes em sua rotina e mantenham sempre aberto um canal de diálogo, livre de pré-julgamentos e numa rua de mão dupla. Mesmo nessa vertiginosa rotina de metrópole, estando pais e filhos imersos cada qual em suas atividades, de modo que nem sempre é possível estarem juntos com a qualidade de atenção que gostariam, é necessário aproveitar cada precioso momento em que isso acontece para conversarem e para que os pais se atualizem das mudanças que seus filhos atravessam e sobre seus relacionamentos, virtuais ou reais.
Sendo assim, meu conselho é que todos os pais que estejam lendo este material tirem um tempo para estar com seus filhos, para conversar abertamente e orientá-los sobre o assunto.
Meu desejo é que este possa artigo possa gerar bons diálogos e até mesmo aproximar duas gerações tão diferentes e que tem entre elas uma ferramenta tecnológica que vem gerando mudanças tão aceleradas e profundas que temos dificuldades de acompanhar.
Sempre é tempo de resgatarmos nossos filhos de situações inesperadas e difíceis, independente de sua idade. Sempre é tempo de assumirmos nossos papéis de educadores e nossa responsabilidade em indicar os caminhos. Sempre é tempo de reativar neles a confiança e a segurança de que estaremos sempre aqui por eles.
Também é necessário o engajamento dos educadores na busca de uma Internet mais segura e legítima porque, ao lado dos pais, eles são capazes de ajudar a criança e o adolescente nesse processo de envolvimento e adaptação a este novo paradigma de comunicação e comportamento.
O tema já se tornou uma das principais preocupações no mundo todo e tem gerado grande inquietação no nosso país, que está entre os campeões em tráfico na rede, pedofilia e invasão de computadores.
Por isso gostaria de alertar tanto pais quanto educadores sobre a urgência da necessidade de um debate sobre a Internet e suas conseqüências nos lares e nas escolas, com o objetivo de ampliar a consciência de todos quanto aos perigos que rondam os usuários diante de uma aparentemente inocente tela de computador.
É notório que os computadores têm a capacidade de ajudar a criança em seu processo de aprendizagem, desenvolvendo competências e habilidades através de métodos pedagógicos, auxiliando nas suas destrezas cognitivas uma infinidade de conhecimentos, como base para a aprendizagem atual, de conceitos mais complexos.
A Internet facilita a aprendizagem através de pesquisas e projetos temáticos e acesso rápido a milhares de atividades fascinantes, enriquecedoras e instrutivas. No mundo virtual a educação passa a ser através da experiência da ciência tecnológica. Futuramente teremos uma biblioteca universal em todos os idiomas, envolvendo o educador e aluno em uma aprendizagem em tempo real.
O desenvolvimento nas relações sociais é outro grande benefício que a Internet trouxe para a geração atual e mudou definitivamente a forma de relacionar-se das pessoas, estreitando distâncias físicas e permitindo que pessoas da mesma família ou amigos possam se comunicar em tempo real, mesmo estando de lados opostos do globo.
A despeito de todos esses benefícios, uma questão sócio-cultural a ser considerada no momento é a de milhares de crianças e jovens que crescem sem nenhum acesso aos computadores, aumentando ainda mais a segregação econômica e social, criando um grupo de “excluídos digitais”.
Embora haja problemas de base social ainda mais graves a serem resolvidos antes de se facilitar o acesso de crianças carentes aos computadores, seria fundamental que todas as crianças em seu processo de formação pudessem ter acesso a essa tecnologia e a esse novo paradigma de educação. Porém, para que esta nova realidade do acesso digital e esse novo paradigma de educação sejam de fato enriquecedores, faz-se necessário o equilíbrio entre a tecnologia e a educação orientada, para que não haja danos futuros.
Para que isso aconteça deve haver uma presença educativa que forneça modelos e orientação constante em um ambiente construído sobre uma base segura onde prevaleça a confiança. Cabe aos pais estabelecer limites claros sobre o uso da rede bem como lançar mão das ferramentas de controle parental e aos educadores promover o debate aberto sobre o tema sempre que possível e voltar a ele quando julgarem necessário.
Essa parceria pode resultar na articulação de uma rede de proteção, envolvendo a família, a escola e a comunidade, evitando que a criança ou o adolescente estejam vulneráveis a ação de criminosos e ao mesmo tempo criando uma base de apoio para famílias cujos filhos correm o risco de serem envolvidos nas atividades criminosas.
Uma ação articulada entre a família, a escola e a comunidade também favorece um debate rico na sociedade envolvendo os órgãos públicos, instituições acadêmicas, organizações não-governamentais, e o Sistema de Justiça, composto por delegados, policiais, advogados, promotores e juízes da infância e juventude, técnicos judiciários e os conselhos tutelares.
Deste modo, podemos garantir juntos um ambiente seguro onde todos podemos circular sem riscos.

Algumas orientações específicas aos pais
1. Procure aprender mais sobre esta linguagem, conhecendo o funcionamento e aplicabilidade, navegando sozinho(a) ou com seu filho ou filha.
2. Não é necessário proibir de usar a internet, porém é necessário dialogar abertamente sobre quais os conteúdos que são adequados para cada idade.
3. Considere a limitação do tempo de acesso e conteúdos acessados de acordo com a faixa etária de seu filho ou filha e estabeleça regras de navegação; não é necessário proibir o uso da Internet e se forem bem orientados, naturalmente irão construindo seu próprio sistema de valores e discernindo quais os conteúdos adequados e tempo de utilização necessária da ferramenta.
4. Estabeleça regras razoáveis e possíveis de serem cumpridas, mas seja firme quanto à cobrança daquelas já estabelecidas. Lembre-se que a coerência é fundamental na sua formação.
5. Não abra mão das ferramentas de controle parental que são excelentes auxiliares no monitoramento da navegação.
6. Mantenha o computador em áreas comuns da casa como a sala e nunca no quarto de seu filho ou filha; deste modo pode tanto monitorar os conteúdos acessados quanto o uso da webcam.
7. Mantenha um canal de diálogo freqüente e aberto e use a ferramenta a seu favor, utilizando os comunicadores instantâneos no monitoramento caso sua ausência seja necessária; porém, considere a presença de alguém responsável que possa monitorá-lo de perto.
8. Através do diálogo e respeitando sua privacidade, converse sobre os conteúdos que acessa, sites de relacionamento onde mantém um perfil e procure conhecer seus blogs, com quem conversa através dos comunicadores instantâneos e as comunidades e fóruns dos quais participa.
9. Permita que entre somente em salas de bate-papo monitoradas e com temas específicos e adequados, orientando sobre os possíveis riscos de assédio.
10. Procure saber as regras dos sites freqüentados pelo seu filho ou filha, porque muitos são proibidos para menores, porém essa não é uma regra obedecida espontaneamente pelas crianças e adolescentes.
11. Oriente a:
• Conversar através dos comunicadores instantâneos somente com conhecidos, pessoas de seu meio como colegas de escola, parentes e professores e nunca com estranhos;
• Nunca fornecer dados pessoais como endereço e hábitos, escola onde estuda, etc. em sites de relacionamento como o Orkut e MySpace;
• Não postar fotografias que denunciem dados pessoais nestes sites e utilizar-se das ferramentas de privacidade.
• Não marcar encontros com pessoas através da Internet sem seu conhecimento e sua expressa autorização.
• Avisar sobre qualquer atividade que lhe parecer suspeita, bem como se encontrar material ofensivo ou violento, sofrer qualquer assédio ou tentativa de aliciamento; neste caso converse e o oriente sobre as ações que pretende tomar e denuncie!
12. O tempo de seu filho ou filha deve ser planejado incluindo atividades escolares, físicas, culturais e sociais, portanto ofereça alternativas de lazer e atividades extracurriculares para diminuir o tempo em frente ao computador.
13. Crie para seu filho ou filha um ambiente de apoio e acolhimento e incentive dizendo firme e claramente o quanto é inteligente e capaz de reagir ao assédio ou aliciamento, ou mesmo quando alguém fizer algo que incomode ou o(a) deixe constrangido(a).
14. Fique atento a possíveis mudanças de comportamento que possam denunciar assédio ou aliciamento virtual, que podem ser:
• Ficar conectado(a) muito mais tempo do que o necessário para seu estudo e entretenimento ou preferir a Internet em detrimento de suas atividades sociais, como estar com os amigos o que pode também, em última instância, se configurar vício.
• Demonstrar que conheceu alguém através da Internet sobre quem não pode ou não quer falar, não revelando toda a verdade
• Fechar rapidamente a tela do computador quando está conectado(a) e alguém se aproxima.
15. Em caso de contato com o agressor, algumas observações devem ser feitas:
• A criança ou adolescente é a vítima e foi usado(a) por alguém sem escrúpulos, portanto necessita de todo o apoio e proteção, portanto nunca o(a) culpe e evite reações que possam exacerbar sua angústia.
• Em caso de abuso a criança ou adolescente tende a perder a autoconfiança e confiança nas pessoas, sentindo culpa, vergonha ou medo de se expor. Se necessário procure orientação de um profissional na área de psicoterapia e nunca retire seu amor.
Sites para denúncia
Abranet – O site da Associação Brasileira de Provedores de Acesso banca a campanha “Pornografia Infantil – N@o”, que, em parceria com o Ministério Público, abre espaço para denúncias de sites ilegais. A denúncia é anônima. www.abranet.org.br (português)
Abrapia – O site da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência traz a história dessa ONG que trabalha na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É possível ler o Estatuto da Criança e do Adolescente e fazer denúncias, por e-mail ou telefone, de qualquer tipo de violação da lei. www.abrapia.org.br (português)
Cecria – O Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes estuda questões relacionadas a violação, promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Conheça as leis nacionais e internacionais sobre o assunto e leia os relatórios de pesquisas realizadas pela entidade. www.cecria.org.br (português)

SEGURANÇA DAS NOSSAS INFORMAÇÕES NA INTERNET

Atualmente o maior bem que temos é a “informação”: este bem é valioso e determina nossas vidas.
Na Era da Informação, não há espaço para a “ingenuidade” porque ela pode afetar nossas vidas e nossos negócios efetivamente e muitas vezes, de modo indelével.
A intenção não é alarmar e desestimular os internautas. Porém, se conhecemos o perigo em um caminho, temos a escolha de evitá-lo. Ao contrário, continuaremos no caminho e quando nos deparamos com o perigo, pode ser muito tarde e acabamos não tendo tempo de retroceder.
No caso de operações financeiras na Internet, esta premissa é fundamental, pelo fato de que os crakers, usam das técnicas da engenharia social. Ela é tão sutil que nos convence da boa intenção de quem nos aborda..
Porém, não é só com relação à informação contida no hardware que precisamos ter cuidado. Temos que cuidar do sigilo das nossas informações particulares com muito afinco, como se tratassem de jóias preciosas. Pode parecer exagero, mas uma pequena informação de posse de uma pessoa inescrupulosa pode destruir um patrimônio ou a reputação de alguém.
Então imagine esta informação em uma máquina: ela pode tomar proporções e um problema gigantesco com conseqüências muitas vezes irremediáveis. Vivemos na era da informação, onde adquirimos a compulsão da informação atualizada e rápida e nos esquecemos de como lidar com este turbilhão que nos afeta no nosso cotidiano. Quando falo em segurança da informação, não quero criar paranóia, mas somente indicar a necessidade do cuidado que devemos ter. É necessário que sejam preservadas para nos salvaguardar de aborrecimentos futuros.
Mesmo as crianças e adolescentes precisam desenvolver esta noção do valor fundamental em nossas vidas e a necessidade de preservá-la. Devemos orientá-los de como lidar com as informações pessoais e financeiras, com zelo e discrição, principalmente quando trata-se de Internet e operações financeiras.

 A Internet, suas possibilidades e transformações

 
Quando a Internet surgiu, logo se tornou a maior e mais revolucionária ferramenta tecnológica de comunicação e agora vem crescendo em velocidade espantosa. Ela, assim como o computador, é resultado da genialidade de homens que mudaram a história, homens idealistas e corajosos, como Blaise Pascal (1623 – 1662) – responsável pela construção da primeira calculadora – e o cientista francês Joseph Marie Jacquard (1792 – 1871), – que inventou um tear mecânico com uma leitora de cartões automática, que lia cartões perfurados. Foi justamente o cruzamento destas idéias que atravessou a Inglaterra e despertou o gênio criativo de Charles Babbage (1792 – 1871), (conhecido como pai do computador.
O Século XX foi privilegiado por gênios – como Graham Bell, Hertz, Maxwell, Pasteur, Marconi e Ford, só para citar alguns – que contribuíram fundamentalmente para que hoje tenhamos todas estas ferramentas tecnológicas facilitando nossas vidas. Devemos muitos as estes homens.
Quando iniciei minha carreira em informática, ninguém aventava a idéia da grande transformação que iríamos assistir durante estes últimos vinte anos. Pressentíamos que os computadores teriam uma evolução rápida, porém não na proporção vertiginosa em que se deu nestes últimos anos.
A Internet provocou grande impacto na humanidade e transformou rapidamente as relações humanas e os negócios. Todas as áreas do conhecimento humano foram definitivamente afetadas. Hoje não conseguimos sequer imaginar como viver sem ela no nosso cotidiano!
Acompanhei todo o processo desde o início me deparando com a genialidade de jovens que facilitaram nossas vidas criando ferramentas em suas garagens como foi o caso da Apple, criada em 1977 por Steve Jobs, então com 21 anos, e Steve Wozniak, em Cupertino, Califórnia. Em outra garagem, nascia a Microsoft, fundada por Bill Gates e Paul Allen, dois estudantes de Harvard, que lançaram o primeiro software para microcomputadores – o Altair 8800, microcomputador que sequer tinha teclas, somente botões e chaves. E estas duplas ainda hoje apresentam inovações, como foi o caso de Steve Jobs com o lançamento do Ipod e mais recentemente o Iphone.
A exemplo deles, a dupla Niklas Zennström e Janus Friis, criadora do Skype (empresa de software de voz sobre protocolo da Internet – VoIP, hoje com mais de 200 milhões de usuários em todo o mundo), criaram também o Kazaa – um programa que permite trocar músicas grátis pela Internet, o que abalou os alicerces da indústria fonográfica mundial – e anunciaram a tecnologia de IPTV, a TV verdadeiramente interativa, em qualquer lugar, a qualquer hora através da rede.
A Informática aplicada à educação é o mais novo paradigma que está revolucionando mais uma vez nossas vidas, e a vida dos nossos filhos, criando novas idéias novos hábitos e nos proporcionado infinitas possibilidades. Estamos em um momento especial e necessitamos de conhecimentos especiais: a informação tornou-se o nosso maior bem e o maior catalizador de negócios, de relacionamentos e de uma grande mudança na qualidade de vida.
Porém, devido a essa rapidez de intercâmbio de informações, a tecnologia em comunicação também facilitou a escalada do crime e a Internet tem sido cada vez mais usada para a prática das mais diversas atividades escusas.
Não podemos simplesmente nos acomodar e olhar apenas como expectadores, devemos nos tornar participantes ativos e co-criadores deste novo paradigma comportamental e social, lutar juntos por uma Internet mais consciente e segura e para combater os Crimes na Rede.

Abuso de criança no Brasil

Em garimpos clandestinos encravados na Floresta Amazônica, nos frágeis e instáveis barcos que navegam pelo Norte do país ou mesmo em quartinhos escuros de casas insuspeitas, crianças e adolescentes são submetidas a uma das mais cruéis violações de seus direitos: a exploração sexual. E não adianta gritar. Elas estão praticamente sozinhas. Levantamento do Correio em 18 tribunais de Justiça sobre os 80 casos reportados pelo relatório de 2004 da comissão parlamentar mista de inquérito que investigou esse tipo de crime mostra que somente em 10 houve condenações.

No ano passado, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes realizou uma pesquisa para verificar a abertura de inquéritos policiais e processos judiciais dos relatos mais emblemáticos. Os técnicos esbarraram na falta de informações das delegacias e da Justiça. Dos 80 casos, 55 resultaram em investigações ou processos. Muitos acabaram arquivados. “As instituições são surdas e cegas. Não há nenhum tipo de reação. Se não existe punição, a prática se repete e outras pessoas se sentem estimuladas a fazer o mesmo”, critica a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que presidiu a CPMI.

Passados quatro anos da aprovação do relatório, outra comissão instalada no Senado apura o mesmo tipo de crime. A CPI da Pedofilia, presidida por Magno Malta (PR-ES), também quer aprofundar as investigações sobre a exploração sexual via internet, fenômeno que, de acordo com denúncias recebidas pela organização não-governamental SaferNet, está em ascendência.

Informações falhas

Assessor jurídico do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Emaús (Cedeca) no Pará, o advogado Bruno Guimarães Medeiros diz que a falta de informação dos agentes públicos é o primeiro passo para a impunidade. “Embora a exploração sexual seja tipificada, quando se abre o inquérito policial, os crimes são descritos como atentado violento ao pudor ou estupro. Acabam arquivados por falta de provas. O que falta é um preparo específico”, diz.

A impunidade encontra respaldo na burocracia da Justiça. Desde 1997, encontra-se na 3ª Vara Penal da comarca de Itaituba (PA) o processo 19972000897, no qual oito pessoas são acusadas por crime de estupro. O último despacho data de 10 anos depois. Em 27 de abril de 2007, pela terceira vez, houve troca de magistrados, obrigando a juíza Maria de Fátima Alves da Silva a remeter os autos à secretaria da vara. Até agora, o processo está parado.

O caso de Itaituba ilustra a situação descrita por Bruno Guimarães Medeiros. Em 1993, um grupo de comerciantes da cidade aliciava crianças de até 8 anos de idade, em troca de bombons e refrigerantes. As meninas eram fotografadas, e as imagens eram exibidas no bar de um dos acusados. Muitas vezes, ele levava as garotas para motéis e hotéis, onde as explorava sexualmente. Outro acusado, dono de uma boate, deixava que adolescentes tivessem acesso ao local se aceitassem fazer sexo grupal. O dono de uma farmácia trocava remédio pela exploração sexual. Uma das meninas de quem abusava tinha apenas 9 anos e já era portadora de doenças venéreas. A denúncia à Justiça, por estupro, foi oferecida quatro anos depois.

Denúncias

O delegado Felipe Tavares Seixas, chefe da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal, aponta outra dificuldade na investigação dos casos: a ausência de denúncias. “Infelizmente, muitas vezes, por causa das condições socioeconômicas, os próprios pais são os responsáveis por explorarem comercialmente as filhas. Em outros casos, quem alicia são ex-vítimas, que têm de pagar pelas dívidas, e não vão se autoincriminar.” Essa última situação ocorre principalmente nos locais onde há tráfico de seres humanos. As mulheres são enganadas com promessas falsas de trabalho, ficam devendo a viagem e, para se libertar, precisam prestar contas financeiras com seus próprios algozes.

Um exemplo de esquema de tráfico internacional ainda sem punição foi relatado pela CPMI há quatro anos. O Cedeca denunciou que, em Belém, uma rede aliciava meninas e mulheres em situação social vulnerável e as traficava para o Suriname e para a Guiana Francesa, passando pelas fronteiras secas do Pará. Algumas partiam por avião; outras faziam a rota Macapá/Oiapoque, por ser mais fácil driblar a fiscalização.

Hoje, de acordo com o delegado Felipe Tavares Seixas, a Polícia Federal investiga uma quadrilha que faz essa rota. Embora não possa afirmar se é o mesmo grupo, Seixas diz que as meninas são aliciadas em barcos-prostíbulos e depois fazem a travessia. Muitas vezes, passando por garimpos ilegais. O destino é a Guiana Francesa. Para o advogado Bruno Guimarães Medeiros, trata-se dos mesmos traficantes. “Nas regiões do Arquipélago do Marajó, há um forte sistema de exploração com tráfico de meninas para fora do Brasil”, diz.

Além das condições precárias da viagem — elas passam em pequenas embarcações clandestinas durante à noite — quando chegam no destino, as meninas são submetidas a cárcere privado. Seus documentos são apreendidos e elas passam por constantes ameaças. Só podem ir embora em dois casos: se fugirem ou comprometerem-se a aliciar outras meninas em Belém.

No porto de Cabedelo (PB), a CPMI apurou que tripulações estrangeiras atracavam barcos pesqueiros e faziam programas, dentro das embarcações e em casas de prostituição, com meninas. O esquema era promovido por uma rede de exploração que envolvia taxistas, aliciadores e donos de casas noturnas. Alguns policiais acobertariam a quadrilha. Apesar de a comissão apresentar inclusive os nomes dos exploradores e dos locais onde as crianças e adolescentes eram comercializadas, nenhum inquérito foi aberto para apurar a denúncia.


Ausência de denúncias dificulta a investigação
Brasília – O delegado Felipe Tavares Seixas, chefe da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal, aponta outra dificuldade na investigação dos casos: a ausência de denúncias. "Infelizmente, muitas vezes, por causa das condições socioeconômicas, os próprios pais são os responsáveis por explorarem comercialmente as filhas. Em outros casos, quem alicia são ex-vítimas, que têm de pagar pelas dívidas, e não vão se autoincriminar." Essa última situação ocorre principalmente nos locais onde há tráfico de seres humanos. As mulheres são enganadas com promessas falsas de trabalho, ficam devendo a viagem e, para se libertar, precisam prestar contas financeiras com os próprios algozes.

Um exemplo de esquema de tráfico internacional ainda sem punição foi relatado pela CPMI há quatro anos. O Cedeca denunciou que, em Belém, uma rede aliciava meninas e mulheres em situação social vulnerável e as traficava para o Suriname e para a Guiana Francesa, passando pelas fronteiras secas do Pará. Algumas partiam por avião; outras faziam a rota Macapá/Oiapoque, por ser mais fácil driblar a fiscalização.

A CPMI reportou o caso de duas jovens traficadas de Belém para o Suriname por uma cafetina identificada como Sandra. As meninas passaram pelo Oiapoque. Uma delas, Ângela (nome fictício), sem conseguir saldar a dívida, fugiu da boate onde era prostituída. Alguns dias depois, apareceu morta. Na época do relatório da comissão, nenhuma investigação estava em curso.

Hoje, de acordo com o delegado Felipe Tavares Seixas, a Polícia Federal investiga uma quadrilha que faz essa rota. Embora não possa afirmar, com certeza, se é o mesmo grupo, Seixas diz que as meninas são aliciadas em barcos-prostíbulos e depois fazem a travessia. Muitas vezes, passando por garimpos ilegais. O destino é a Guiana Francesa.

Para o advogado Bruno Guimarães Medeiros, trata-se dos mesmos traficantes. "Nas regiões do Arquipélago do Marajó, há um forte sistema de exploração com tráfico de meninas para fora do Brasil. O tráfico de seres humanos nos preocupa, pois está crescendo", diz. Além das condições precárias da viagem – elas passam em pequenas embarcações clandestinas durante à noite –, quando chegam ao destino, as meninas são submetidas a cárcere privado. Seus documentos são apreendidos e elas passam por constantes ameaças. Só podem ir embora em dois casos: se fugirem ou comprometerem-se a aliciar outras meninas em Belém.

No Porto de Cabedelo (PB), a CPMI apurou que tripulações estrangeiras atracavam barcos pesqueiros e faziam programas, dentro das embarcações e em casas de prostituição, com meninas. O esquema era promovido por uma rede de exploração que envolvia taxistas, aliciadores e donos de casas noturnas. Alguns policiais militares acobertariam a quadrilha.

Apesar de a comissão apresentar inclusive os nomes dos exploradores e dos locais onde as crianças e adolescentes eram comercializadas, nenhum inquérito foi aberto para apurar a denúncia. "E aí, quem vai denunciar de novo? Ninguém, claro. Esses crimes continuam ocorrendo, sob os olhos de quem quiser ver. Mas não se faz nada e as pessoas ficam intimidadas, com medo das ameaças. Tem gente poderosa envolvida", relata uma assistente social, ex-conselheira tutelar de Cabedelo, que pediu para não ser identificada. "Essas pessoas ganham muito dinheiro, principalmente no verão, quando a cidade fica cheia, inclusive de estrangeiros", diz.


Crimes sem castigo
Veja algumas denúncias apresentadas pela CPMI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes que não resultaram em abertura de inquérito ou condenação judicial:

Em Manaus, cinco adolescentes com idades entre 15 e 17 anos foram contratadas por intermédio de uma cafetina para fazer programas. Elas embarcaram no porto no barco Mantiqueira, com destino a Parintins. Na barreira da Polícia Federal, passaram a ser acompanhadas pelo juiz de direito C.C.B.C.S. No caminho, foram exploradas sexualmente. O fato, ocorrido em 2001, foi denunciado, mas as adolescentes mudaram seus depoimentos. Teriam recebido ameaças e propostas financeiras, como a promessa de ganharem casas, caso a denúncia fosse retirada. Como não receberam nada em troca, elas voltaram atrás e confirmaram a história. O Tribunal de Justiça do Amazonas instaurou procedimento investigativo, mas, um ano depois, o processo foi arquivado por falta de provas.

Há oito anos, Raíssa (nome fictício), à época com 14, foi seduzida pelo deputado estadual C.L.C.F, em Codó (MA), que a convenceu a manter relações sexuais com ele, em troca de presentes e da promessa de melhoria de vida. Ela engravidou e foi convencida pelo deputado a abortar. Segundo depoimento prestado por Raíssa na delegacia, ele próprio introduziu no útero da menina um medicamento abortivo. Ela correu risco de morte e foi abandonada pelo deputado. Depois, ele passou a abordar a irmã de Raíssa, que tinha 15 anos. Em troca de presentes, a jovem cedeu e abandonou a família. A mãe das meninas o denunciou, mas, por se tratar de uma pessoa influente, ele não foi processado.

Em Cuiabá (MT), uma boate localizada às margens do Rio Coxipó oferecia adolescentes a seus clientes, com preços entre R$ 300 e R$ 1,2 mil por programa. As meninas usavam documentos falsos. Em 2002, uma jovem depôs na delegacia e afirmou que era explorada sexualmente na boate. Em audiência pública, a CPMI ouviu uma testemunha que trabalhava na casa noturna e confirmou o uso do local para fins de prostituição. O estabelecimento seria freqüentado por pessoas da alta sociedade. Nenhuma investigação foi feita.

Também no Mato Grosso, a CPMI recebeu denúncias, em audiência pública, de que meninas de Goiânia, Rio Verde e Coxim eram levadas de barco ou de avião para um garimpo localizado em Apiacás. Elas só retornavam quando não tinham mais condições físicas para realizar os programas, que ocorriam em casas de prostituição na Rua das Velhas. O local é conhecido como "Velho Oeste". De acordo com testemunhas, as autoridades eram coniventes e chegavam a freqüentar os estabelecimentos. Nenhuma investigação foi feita.

Em Corumbá (MS), uma rede de tráfico levaria brasileiras para a Bolívia, por intermédio de um aliciador boliviano, apelidado de "Papy", proprietário de uma boate na cidade de Porto Quijaro, na fronteira. Todos os dias, ele iria, pessoalmente, às 18h, dirigindo um Pajero cinza, a Corumbá, aliciar adolescentes, que seriam exploradas em sua boate. Dois brasileiros, identificados como Valtinho e Ronaldinho, ajudariam o boliviano. Eles também aliciariam meninas para trabalhar em casas noturnas, incluindo o bar de um vereador. Apesar das denúncias, nenhum inquérito foi instaurado. Na Serra da Cantareira, Zona Norte de São Paulo, adolescentes eram submetidas à exploração sexual, há oito anos, em orgias realizadas pelo pastor D.M.F. Ele permitia que outros dois integrantes de sua igreja, C.H.R. e E.C.S.V., estuprassem as meninas em sua casa. Durante o inquérito, houve troca de delegados que investigavam o caso porque, supostamente, um deles estava disposto a beneficiar o pastor. O inquérito acabou arquivado

Uso de drogas por crianças....

O rosto é de uma criança, mas a história de vida amedronta até adultos mais vividos. O corpo frágil guiado por um olhar triste e incerto abriga um trauma que rasga a alma de quem vê e ouve Mário(*), de 11 anos. Aos 5, a própria mãe o levava à Pedreira Prado Lopes, aglomerado da Região Nordeste de Belo Horizonte, para comprar tabletes de maconha que seriam vendidos no varejo. Passados não mais que dois anos, ele dava seu primeiro trago na erva, que abriu as portas para que entrasse de vez no submundo das drogas, vendendo substâncias ilegais por conta própria. Na companhia de meninos como ele, em vez de jogar futebol, “fumava maconha”, como recorda. Hoje, com o pai preso e a mãe morta, está protegido em um abrigo e, ao contar sua história, garante que ultimamente só fuma “Derby azul”. O menino franzino e sua história são apenas a ponta visível de uma realidade que avança tão assustadora quanto silenciosamente em Minas e no Brasil, onde cada vez mais cedo crianças se tornam dependentes e vendem a infância em troca de miseráveis porções de pedras, cola, erva, pó…
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não prevê tratamento para dependência química e casas de internação compulsória para meninos e meninas de até 11 anos. Na falta de política pública específica para tratar dessa parcela de pequenos viciados, a única saída atualmente é encaminhá-los a profissionais que trabalham em abrigos e que são vistos como verdadeiros “anjos” pela pequena parcela de crianças que tem a sorte de chegar a esse destino antes de morrer à bala ou de overdose. Psicólogos, assistentes sociais, filósofos ou voluntários representam, na maioria das vezes, o carinho e a ajuda que esses meninos nunca conheceram. Às vezes tornam-se mais: a referência mais próxima que eles têm de família e lar. Apesar da realidade dura do processo de recuperação, talvez more aí a esperança para que crianças tão marcadas pela dor cheguem à adolescência e à fase adulta com menos cicatrizes.
Até bater às portas de um abrigo, porém, eles formam uma legião de meninas e meninos com aspecto cadavérico, olhos avermelhados e pele ressecada, que se alimentam do cheiro embriagante do tíner ou da fumaça destruidora do crack. Uma multidão que se agiganta e mete medo em quem anda pelas ruas da capital e até do interior.
Levantamento da Subsecretaria de Políticas Antidrogas do governo de Minas revela que em 2008 20,4% dos dependentes químicos atendidos em instituições estaduais e conveniadas afirmavam ter tido o primeiro contato com drogas antes dos 11 anos. Como se o quadro não fosse preocupante o suficiente, o acompanhamento da estatística revela que esse número deu um salto desde 2004, quando o percentual era de 8%. Dados mais alarmantes mostram ainda que a quantidade de crianças à procura de ajuda aumentou 75% desde o ano passado, se for computado o primeiro semestre de 2009.
METAMORFOSE A faixa etária do pequeno Mário é a que mais preocupa, exatamente pela falta de um serviço específico voltado para histórias como a dele. Desconfiado, o menino entra no escritório do abrigo onde mora, para conversar com a equipe do Estado de Minas. Senta-se no sofá e é convidado a falar da escola e das brincadeiras de que mais gosta. “Adoro matemática e português”, diz. O entusiasmo é subitamente cortado pelas lágrimas que, por alguns segundos, brotam nos olhos do pequeno, que começa a chorar. A interrupção é breve. Como um homem adulto que rejeita parecer frágil, ele enxuga o rosto e firma a voz, disposto a falar da sua vida. Aos 11 anos, não tem certeza de quem é seu pai biológico, mas enumera a quantidade de padrastos que já teve.
“O pai que realmente gosto está preso por tráfico. Tive um padrasto que morreu de infarto e o último, que também era traficante, de Aids. Tenho sete irmãos. Minha mãe descobriu que também tinha Aids, mas morreu queimada em um acidente”, conta. “Para meu padrasto não bater na minha mãe, ela tinha de comprar tabletes de maconha na Pedreira. Ela gostava de me levar, para não ir sozinha. Quando chegava em casa, eu ajudava a cortar a barra (de maconha prensada) e a separar em trouxinhas. Aprendi rápido.” O menino lembra que, como recompensa, a mãe lhe dava R$ 2 e uma garrafinha de refrigerante.
Ao completar 7 anos, a inocência da breve infância já se fora. Aos 8, virara traficante e fumante inveterado. “Quando minha mãe morreu, fiquei com meu padrasto. Como não queria comprar maconha para seu negócio, ele me batia muito, com 50 chineladas de um chinelo grosso de borracha.” Mário comprou revólver e mais drogas para revender. O lucro se convertia em maconha e em maços de “Derby azul”.
Quando o padrasto morreu, o menino foi morar com o avô. “Eu aprontava muito e meu avô não deu conta. Ele me passou para minha tia, que também não deu conta. Aí, fui parar em abrigos”, diz. A vida não ficou fácil, mas hoje, com a atenção que recebe dos funcionários, ele se permite sonhar e até brincar. Durante a entrevista, entre tantas histórias tristes, Mário mostrou habilidades que o deixam muito feliz e confiante: leu fluentemente uma frase e conseguiu, com muita rapidez, desvendar o segredo de um brinquedo que exige raciocínio lógico. “Quando crescer, quero ser taxista, pois vou ter meu próprio carro e dinheiro toda hora”, planeja. Mas, para isso, ainda depende de um bom tempo sob as asas de seus anjos.
(*) Os nomes das crianças citadas nesta reportagem são fictícios
Legião
Segundo dados do Observatório Mineiro de Informações sobre Drogas (Omid), as portas de entrada para o vício são, em geral, a maconha, o álcool e o crack. Além das crianças, adolescentes engrossam a lista dos consumidores mais contumazes e frequentes na fila de atendimento do SOS Drogas, vinculado ao Centro de Referência em Álcool e Drogas (Cread). Um quadro que reflete o resultado de pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), segundo a qual há no Brasil 1 milhão de jovens de 6 a 17 anos com dependência química em drogas

Polícia descobre ponto de tráfico e prende mulher em Itanhaém




Uma mulher de 23 anos foi presa no final da noite desta quinta-feira, em Itanhaém, após ser flagrada comercializando entorpecentes no bairro do Parque Navarro. A polícia chegou até a acusada depois de uma denúncia anônima de que traficantes estavam preparando a droga em um imóvel abandonado nas imediações. No local não havia ninguém, mas foram encontrados dinheiro e embalagens plásticas.

Conforme registro da Polícia Militar, a informação era de que existia um ponto de tráfico na Rua José Augusto Rodrigues.  Oficiais que estavam de plantão foram até o local e nas proximidades eles encontraram um grupo de mulheres que reagiram de forma suspeita durante a aproximação da viatura. Houve abordagem.

Durante a revista, 14 porções de cocaína foram encontradas com Eliane Ramos Leal, que acabou sendo a única indiciada da noite. Questionada sobre a comercialização da droga, a acusada confessou existir, de fato, um local que era utilizado para o preparo dos entorpecentes. Ela, então, levou os oficiais até o imóvel, mas ninguém foi encontrado. Embalagens plásticas e R$ 450,00 foram apreendidos.

Todo o material  foi  encaminhado à Delegacia Sede da Cidade. Eliane prestou depoimento, mas acabou indiciada em flagrante por tráfico de drogas. Sem passagem criminal, ela foi presa e já está na cadeia pública. O caso será acompanhado pela Polícia Civil da Cidade.

Trafico de drogas atuados por mulheres

PresasPopulação carcerária feminina cresce em maior
proporção que população carcerária masculina
Tráfico de entorpecentes, roubo, furto e homicídio qualificado. Em 2009, a maioria dos presos em todo o país respondia por esses crimes, segundo o Infopen – Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça.
Durante esta semana, o G1 publica uma série de reportagens que destacam dados sobre a população carcerária no país. O levantamento trará também a opinião de especialistas.
De acordo com o levantamento, em 2009, mais de 86 mil pessoas estavam nas prisões por tráfico de entorpecentes. O roubo qualificado é o segundo crime mais cometido, com mais de 74 mil presos; furto qualificado e roubo simples, com quase 33 mil; e homicídio qualificado, com 29 mil.
Para ser considerado qualificado, um crime deve ocorrer mediante ameaça ou violência. Outra variável que pode qualificar um crime é cometê-lo contra mais de uma vítima, segundo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública e consultor em segurança pública.
“Esses dados destacam uma média nacional, mas em cada região do país há crimes mais e menos frequentes. Isso porque o crime depende de oportunidade. É preciso entender que o crime é um negócio, por isso quanto menor o risco para o criminoso e maior o lucro, mais um determinado crime irá ocorrer”, diz o consultor em segurança pública Paulo César Fontes, tenente-coronel da reserva da Polícia Militar.
Segundo Fontes, em Manaus, “uma cidade ilhada”, o furto de veículos, muito comum em cidades como São Paulo, Recife e Rio de Janeiro, não é um bom negócio. “O mesmo ocorre em São Luís, onde os ladrões que roubam um carro não têm para onde ir. Por isso cada lugar tem uma realidade e sua particularidade no que diz respeito ao crime. Em Manaus, o furto em residências acontece muito”, afirma o consultor.
Já o tráfico de drogas é considerado por especialistas um caso à parte. Em 2005, eram  31,5 mil presos em todo o país- um aumento de mais de 54,5 mil em cinco anos. “A droga é campeã entre os crimes em todos os lugares”, diz Fontes.
O crescimento da população carcerária feminina pode ter relação direta com o aumento no número de casos, e prisões, por tráfico de drogas. “A população carcerária feminina cresce o dobro da masculina”, diz André Luiz de Almeida e Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen, do Ministério da Justiça.
Para Roberto Aguiar, especialista em segurança pública e professor da Universidade de Brasília (UnB), o aumento da atividade de tráfico de drogas leva à necessidade de "mão de obra". "As mulheres presas por tráfico de drogas geralmente entram no crime para ajudar seu companheiro", diz.
A pesquisadora Paula Ballesteros, do Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo (USP), acredita que a maior parte das mulheres presas esteja envolvida no transporte de drogas. "Uma minoria acaba sendo responsável pelo planejamento do crime, como cabeça desse sistema. Geralmente elas têm função de transporte porque costumam ter mais sutileza e usam essa característica a favor do crime", afirma.
Estrutura para presas mulheres
A prioridade do Ministério da Justiça, segundo André Luiz de Almeida e Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen, é construir penitenciárias femininas para atender ao novo perfil de demanda.
"Existem apenas duas ou três unidades no país que foram construídas especificamente para mulheres. As demais são conventos ou colégios reformados, mas que não foram construídos pensando nas condições da mulher", diz Heidi Ann Cerneka, vice-coordenadora nacional da Pastoral Carcerária.
Outro dado alarmante destacado por Heidi é que nem todos os estados brasileiros têm presídios separados para mulheres. "Há estados em que as mulheres estão apenas em prédios separados, ou ainda estão no mesmo prédio, em celas separadas. Isso torna difícil a garantia de privacidade, de manter funcionárias femininas e até de condições de higiene para a mulher", afirma.
Segundo a vice-coordenadora, em estados com menos estrutura, a detenta precisa ir para longe de sua família para ficar em um presídio feminino. "A maioria das mulheres prefere ficar em lugares precários, sujos, para ter a visita dos filhos. O dever do Estado, no entanto, é garantir as duas coisas às presas, condições de vida e visitas familiares."

Profissionais graduados...

E os profissionais graduados? Eles têm um comportamento diferente no dia a dia e nos pensamentos ? Os empregados mais simples e os executivos dos mais altos niveis têm dificuldades semelhantes para ser líderes do seu mundo psíquico. Foram  treinados  para trabalhar exteriormente, mas não para ter um papel de destaque em seu interior.
                   Por isso, muitos não tomam sólidas atitudes quando o ambiente de trabalho se tornou  um canteiro de ansiedade, os sonhos se evaporaram, o desânimo brotou e a insegurança criou raízes. Estão sempre cansados, não suportam cobranças, desafios e críticas. 

quarta-feira, 2 de março de 2011

VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

Violência no trânsito custa R$ 28 bilhões por ano ao país

Segundo o Ministério da Saúde, trânsito matou 37,5 mil pessoas em 2008.
Principal causa de acidentes é a ingestão de álcool pelos motoristas.
 
O número de mortes no trânsito no Brasil supera a marca de 30 mil, segundo estatísticas oficiais. As cinco principais causas da matança, apontadas por pesquisadores e órgãos públicos, são: álcool, cansaço, desrespeito à sinalização e imprudência, excesso de velocidade e impunidade e falta de fiscalização.

 Início da Belém-Brasília, a BR-316, na última sexta-feira (8), final da tarde: este trecho de 20 quilômetros da região metropolitana de Belém é o que mais mata no país, segundo a Polícia Rodoviária Federal.


Nas quatro horas em que o trabalho dos policiais em Belém foi acompanhado, aconteceram dez acidentes. Um dos acidentes teve uma vítima fatal. Sob o lençol, Francisco da Silva, trabalhador a caminho de casa, depois do serviço.

No mínimo quatro pessoas por hora morrem nas estradas, ruas, avenidas do Brasil. São cem por dia. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) estima que foram 32.465 mortos em 2008. Já o Ministério da Saúde tem outro número: 37.585.

Mas a conta pode ser bem maior. O especialista fez o cálculo a partir dos casos de mortes em que foi pedido o DPVAT, o seguro obrigatório pago a vítimas de trânsito: “É o que eu chamo de genocídio sobre rodas. São 62 mil mortos, na nossa avaliação, por ano, em acidentes de trânsito no Brasil”, diz Sílvio Médici.

Álcool
Em Belém, no Pará, na mesma sexta-feira à noite, jovens bebem num posto de gasolina. Uma moça termina uma garrafa de coquetel de vodka, pega o carro e sai. É seguida por nossos produtores. “Não bebi antes de dirigir. Tenho certeza absoluta”, garante ela

De acordo com o especialista, o álcool é a principal causa de morte no trânsito do país. Há cinco anos. Orlando Silva tenta retomar a vida, com a coluna lesionada. “Fiquei três meses e 11 dias no hospital. A cirurgia que eu fiz custou R$ 47 mil.”

Tratar feridos é apenas parte do custo de R$ 28 bilhões por ano que o país tem por causa da violência no trânsito. E Orlando diz que o amigo que dirigia o carro na hora em que sofreu o acidente continua a beber e dirigir. A profissão dele: motorista de caminhão.

Um ano e meio depois de entrar em vigor, a Lei Seca produziu resultados fortes no Rio de Janeiro, onde a fiscalização é constante. Em 2009, o número de mortos e feridos no trânsito do Rio de Janeiro caiu quase 30%. Foram 3,7 mil vítimas a menos.

Cansaço
“É muito comum, em um feriado prolongado, por exemplo, a gente ver a pessoa que passou o dia inteiro trabalhando, chega em casa, junta a família, já está esgotada, bota toda a tralha dentro do carro e depois vai pegar horas de trânsito. As consequências vão aparecer. Fora aqueles que trabalham na estrada que vivem em regime de escravidão”, diz Rodolfo Rizzotto.

A pedido do "Fantástico", Silvério Garbuio, do Instituto do Sono de São Paulo, avaliou os caminhoneiros. “Paro para descansar umas duas horas, duas horas e pouco. E volto a dirigir por umas 17 horas, 18 horas sem parar”, admite o caminhoneiro Adelmo Jung. “Vim de Mato Grosso do Sul. Foram umas 19 horas direto”, diz o também caminhoneiro André Oliveira Bispo.

Desrespeito
Em São Paulo, uma viagem com o piloto César Urnhani e com José Aurélio Ramalho, especialista do centro de experimentação e segurança viária, mostra os perigos nas estradas paulistas.

“Se você olhar aquele carro ali na frente, ele está vindo na contramão para querer atravessar aqui. Na verdade, ele teria que ter continuado nessa via, procurado um retorno pra poder entrar”, mostra o piloto César Urnhani.

“Dirigindo o carro com uma mão só, a mão direita está sobre o volante, ou seja, se ele precisar fazer um desvio de emergência,vai perder o carro de controle. A posição correta é com as duas mãos no volante."

"Quem provoca a morte, o acidente com morte, em regra, é a imprudência do motorista: 4% apenas das mortes que acontecem no país em rodovias federais aconteceram em estradas esburacadas. E 96% das mortes acontecem em pistas com trecho bom", diz Alexandre Castilho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Excesso de velocidade
Um teste com um radar móvel mostra como os motoristas são imprudentes quando acham que não estão sendo vigiados. Em uma avenida da Zona Oeste do Rio de Janeiro, os carros reduzem a velocidade, alguns até em cima da hora. Posicionamos o radar 500 metros adiante.

"Passado o risco de multa, o motorista acelera mais ainda, que é para compensar aquele período que perdeu, aquele espaço de tempo que ele diminui a velocidade, causando mais riscos de acidente na frente", diz Médici.

Em maio do ano passado, um deputado estadual foi o responsável pela morte de dois rapazes. Fernando Carli Filho dirigia embriagado, de madrugada, num bairro de Curitiba, avançou o sinal a 170 km/h e bateu no carro que conduzia os jovens.

Carli Filho tinha perdido o direito de dirigir por causa de 30 infrações, 23 delas por excesso de velocidade. O deputado foi indiciado por duplo homicídio. O julgamento está marcado para o mês que vem. O deputado responde o processo em liberdade.

Punição
“Quando ela tinha 9 anos, escreveu ‘Eu amo a vida’”, lembra Roni Barbosa, pai de uma vítima da imprudência no trânsito.

A vida dela terminou aos 15 anos. A saudade não diminui, mas o pai pode afirmar: “No caso da Juliana, eu posso dizer que houve Justiça, não houve impunidade”.

Juliana foi morta em uma via expressa em Florianópolis. O carro no qual ela estava com o namorado foi atingido por outro, que disputava um racha.

“O principal fator pra conseguir uma condenação foi a mobilização popular. A participação da população em atos públicos, mostrando indignação e também exigindo a punição dos culpados”.

Levados a júri popular, os dois rapazes que disputavam o racha foram os primeiros, na história do Brasil, a ir para a cadeia condenados por crime de trânsito. “Punir é uma forma de educar. No trânsito, nós temos que punir para educar”.

Mas a cadeia para criminosos do trânsito ainda é rara no Brasil. “É recurso mais recurso, ficam cinco anos no processo, e quando vai a julgamento, aí você tem que pagar cem cestas básicas; matou cinco pessoas de uma família, e ele paga isso aí, cem cestas básicas, e está solto", diz Médici.

Fiscalização
A morte de Juliana levou à instalação de nove radares fixos, os chamados pardais, ao longo de oito quilômetros da avenida.

“Antes da instalação, nós tínhamos para cada 10 mil veículos que circulavam, 2 mil infrações de avanço de sinal vermelho ou de excesso de velocidade. Hoje essa estatística caiu para 3 em cada 10 mil”, compara o presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, Átila Rocha dos Santos.

O número de mortes caiu 90%. Também em Santa Catarina, um exemplo contrário. Uma lei mandou tirar os radares das rodovias estaduais, por entender que os “pardais” eram uma indústria de multas.

“Nós tínhamos reduzido em 72% por cento as mortes. Com a retirada deles, tivemos um aumento de 50% nas mortes”, informa o comandante da Polícia Rodoviária Estadual de Santa Catarina, coronel Paulo Moukarzel.

Nos 3,8 mil quilômetros de rodovias estaduais de Santa Catarina havia apenas 20 radares, que estavam nos trechos mais perigosos. Agora eles podem ser substituídos pelos portáteis, mas é preciso mobilizar pelo menos cinco policias para cada aparelho.

Nas 24 horas do dia, são necessários cerca de 60% do efetivo da Policia Rodoviária Estadual para operar os aparelhos.

Exterior
No Japão, o índice de mortes por 100 mil habitantes é de 4,72. Na Alemanha, 5,45; França, quase sete; Itália, 8,68. Nos Estados Unidos, o índice passa de 12. No Brasil, salta para 17. Os números em outros países nem sempre foram bons.

As melhoras foram conquistadas. Nos últimos seis anos, o número de mortos nas rodovias italianas caiu 46%. Na França diminuiu 44%. Na Itália, foram espalhadas câmeras especiais que medem a velocidade média dos carros e colocado muito asfalto antichuva, que evita a derrapagem. Na França, alem das câmeras que flagram o excesso de velocidade, foi feita uma grande campanha de conscientização. Nos dois países, o limite de velocidade é de 130 km/h.

Um dado espantoso vem da Alemanha: o número de mortos nas estradas em 2009 foi o mais baixo desde 1950. Isso em um país que não tem limite de velocidade em 45% das rodovias. As razões são a excelente qualidade das pistas e o extremo respeito dos alemães pela sinalização.

Rigor contra o álcool
Em um bairro boêmio de Tóquio, todas as noites, principalmente depois da meia-noite, há muito movimento. As pessoas saindo dos bares, as ruas lotadas, mas repare: praticamente só tem táxis. Os japoneses bebem, mas não se arriscam a dirigir. É que as leis são extremamente rigorosas.

Quem dirigir depois de alguns goles pode pegar cinco anos de cadeia. Os acompanhantes podem ficar presos até três anos. Resultado: as mortes no trânsito no Japão caem há nove anos seguidos. Em 2009, morreu mais gente andando de bicicleta no Japão do que em acidentes com motoristas bêbados.

Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos têm um dos índices mais altos de morte per capita nas estradas. Mas esses números vêm caindo. Em 2009, pela primeira, vez ficou abaixo de 40 mil mortos. O principal motivo é o rigor contra os motoristas alcoolizados.

A cada ano, cerca de 1,5 milhão de americanos são presos por dirigirem embriagados, perdem a licença e, se tiverem antecedentes, vão para cadeia. No estado de Nova York, a pena de prisão é automática se houver alguma criança no veículo. Desde 1980, quando as primeiras leis contra os motoristas embriagados foram adotadas, o número de mortes causadas por eles caiu pela metade.

terça-feira, 1 de março de 2011

Turista teve perna mecânica roubada....

Um turista que teve a sua perna mecânica roubada em plena comemoração do réveillon em uma praia de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, por muito pouco não ficou de vez sem a prótese, segundo o delegado Luiz Alves Batista, titular do 2º DP da cidade.

Por volta das 4h do dia 1º, o homem de 26 anos estava só na praia de Cibratel, quando foi abordado dois assaltantes. Além do celular, máquina fotográfica digital e de dinheiro, os ladrões levaram a perna mecânica dele. “A perna foi por maldade, por sacanagem mesmo. Um absurdo. Nunca tinha visto isso em 35 anos de polícia”, declarou, indignado, Batista.

O delegado acredita que a prótese tenha sido jogada fora horas depois pelos ladrões. Em seguida, ela foi encontrada por um morador da cidade, que tentou vendê-la a um ferro-velho. “Ainda bem que o dono do ferro-velho não comprou. E ainda orientou a pessoa que a achou a entregá-la na delegacia. Ele veio e nós fizemos o boletim de ocorrência de apreensão do objeto”, contou o delegado.

Segundo ele, a vítima registrou um boletim de roubo no 1º DP, que estava de plantão no réveillon. Por isso, o registro só foi enviado ao 2º DP dois dias depois. “Depois de recebermos a perna, fizemos um levantamento para saber se havia algum registro de roubo para ela. Assim, pudemos localizar o dono da prótese”, disse.

O turista contou na delegacia que perdeu a perna em um acidente de moto anos atrás e que a prótese havia custado R$ 6 mil. “Imagina a alegria dele quando a devolvemos. Afinal, desembolsar R$ 6 mil não é para qualquer um”, finalizou Batista.

Bullying


Bullying - É exercido por um ou outra pessoa.mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Deus me deu um grande presente



A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.